terça-feira, 25 de outubro de 2011

O Professor ( Adaptada )

"Ei, a roupa é perfeita. Eu disse que não vamos a um clube e não que não vamos nadar. Vou levar você para a praia. Vou levar você para a ilha da Madeira".

" O que?" - ela disse abismada.
"Ilha de Madeira, em Portugal. sei que você conhece Lua".

Ela piscou varias vezes.

"Sim, conhecer conheço, mas...Como..."

"Simples, vou pegar você agora, levar para o jato que está nos esperando no aeroporto e em algumas horas estaremos na praia. Viu? não é tão complicado."

Ela queria rir, a perspectiva de passar um fim de semana na praia com Arthur Aguiar era deliciosa, mas não conseguiu, estava surpresa demais.

"Arthur, este tipo de viagem é pra se aproveitar inteiramente. Teremos apenas um dia e meio para..."

"Você não recebeu o fax..." - ele encarando-a divertido.

"Fax?"

"Sim, o fax da sua empresa. Não o recebeu?"

"Não... Do que se trata?"

"Bom, meu irmão Micael está tendo problemas com um dos resorts dele na ilha, estão acusando-o de plagio com o nome. Meu pai contratou sua empresa para defender a causa dele".

Lua concordou. Ela mesma avaliara o caso e era ganho. Quem iria trabalhar no caso de Micael Aguiar era Pedro Cassiano.

"Então o hotel em questão é do seu irmão? Eu mesma revisei o caso. Vai ser uma causa fácil , ele tem os documentos necessários para provar que ele está correto, eu só não liguei o nome a pessoa, na verdade eu não leio os nomes dos clientes os quais eu só reviso os casos, mas ainda assim, o que tem haver isso tudo?"

"Bom, o que tem haver é que as audiências estão marcadas para segunda feira, quarta feira e sexta feira correto?"

Lua assentiu ainda não compreendendo onde o homem queria chegar.

"Correto".

"Então, vou acompanhar Micael durante as audiências".

Lua exibiu um sorriso triste, ficaria distante dele uma semana inteira.

"Bom.. - ela disse sem muita animação. - Você precisa apoiar seu irmão não é?"

"Sim, preciso, e o bom disso tudo é que poderemos passar a semana inteira juntos naquele paraíso".

Lua contraiu os lábios.

"Por mais tentador que pareça, não posso ir com você Arthur, tenho trabalho durante a semana".

"mas você vai à trabalho. Estava no fax que você não recebeu. Sugeri que meu pai pedisse um advogado mais conceituado para acompanhar o caso, apenas para dar algumas opiniões e certificar-se se a anta do Pedro Cassiano estará fazendo tudo certo".

"Que é o playboy o advogado do meu irmão? Sim eu sei. e por isso sugeri que colocassem você como supervisora. Compreendeu?"

Lua abriu a boca várias vezes.

"Você...Arthur Aguiar, você se valeu da posição do seu pai para conseguir uma semana de folga para mim numa ilha paradisíaca?"

Arthur recuou.

Haviam três coisas que fariam Arthur recuar diante de Lua Blanco.

Aquela expressão séria e carrancuda, a entoação firme de voz que mostrava o quanto ela estava irada e o fato de chamá-lo por seu nome completo.

Ela havia feito as três coisas juntas.

"Lua eu..."

Ele estava desconcertado, estava certo de que ela gostaria da idéia de passar um tempo com ele, não apenas uma ou duas noites, mas estava errado.

Ela aproximou-se dele, com os olhos ardendo, um brilho sexy, porém perigoso.

"Responda-me Arthur. Você fez isso?"

Ele encheu os pulmões de ar.

"Sim, eu fiz - declarou com segurança - Achei que estaria cansada, me informei com sua secretária e sei que não tira férias há dois anos".

"Você o que?"

"Falei com Marie. Sim, foi isso que eu fiz. Procurei saber sobre sua carreira e me certifiquei do que já desconfiava, que você não descansava. Então pensei: Por que não unir o útil ao agradável e levá-la comigo. Não quero e nem agüento ficar longe de você uma semana inteira Lua e se eu partisse hoje para Portugal sozinho, só estaria de volta daqui a dez dias. Sei que fui egoísta em não lhe consultar, mas sim, eu queria passar uma semana inteira do seu lado. Sinto muito de me classifica mal por isso".
"Então... - ela continuava com a voz fria - Acho que o classifico mal por ter influenciado meus superiores, fazendo-os me mandarem para uma ilha em Portugal durante uma semana com você enquanto eu tenho vinte e dois casos para revisar? É isso que acho, que eu o classifico mal?"

Ele a encarou incerto.

"Estou começando a achar que você me abomina" - a voz estava triste.


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