domingo, 23 de outubro de 2011

O Professor ( Adaptada )

"Conheço sua casa, e não é essa".

"Esta é minha outra casa". - Ele disse.

"Seria esta a casa onde você leva sua 'namoradas' para encontros nada inocentes? " - Ela perguntou alfinetando-o.

"Não - ele foi firme - Não costumo namorar Lua. Minhas conquistas eu prefiro levar a motéis. este lugar é muito intimo e eu gosto de tratá-lo como meu santuário. Esta casa foi de meus pais. - ele continuou - Como ambos estão morando nos Estados Unidos agora, ficou para mim. Venho aqui quando quero paz".

Ela ficou vermelha com a resposta dele.

"E o que estou fazendo aqui".

"Está me conhecendo. Conhecendo todas as partes que me compõem. Quero que você seja capaz de me traduzir Lua. Entre nós deve prevalecer o máximo da intimidade, Só assim funcionará."

"Arthur eu gostaria de saber o que você preten..."

Mas a frase foi suspensa e esquecida quando ele encostou o dedo indicador em seus lábios.

"Agora chega Lua, é hora de se calar. Estamos aqui por um bom motivo. Teremos nosso primeiro contato intimo. Queria que as coisas fluíssem, mas você não é nada fácil de lhe dar".

"Você quer dizer que vamos..."

"Vamos" . - Ele disse "Mas não há necessidade de nomearmos isso, ainda não sabemos qual será o desfecho. Preciso que entenda que há muitas maneiras de se fazer sexo". - Ele disse isso e se dirigiu ao bar da sala servindo-se de Whisky - "Aceita"?

Ela afirmou, já estava bastante nervosa.

"Existem linguagens de baixo e alto calão para denominar o ato sexual, o fato é que todas elas o definem bem, dependendo da situação." - Ele entregou a bebida a ela - "Podemos fazer amor, se o ato for calmo e gentil, podemos transar se ele for sensual e intenso se for carnal. Sexo romantico, sexo selvagem, não importa. Apenas o denominamos no fim, quando finalmente entendermos o que fizemos. Compreendeu?"

Ela afirmou. A respiração cada vez mais desregrada com as palavras que ele proferia.

"A primeira coisa que vou fazer é mostrar a você o que eu costumo chamar de ritual de reconhecimento. Irei reconhecer seu corpo, assim como você reconhecerá o meu. Vou explorar você, com minhas mãos, minha boca e minha pele. - Ele dizia cada palavra olhando nos olhos dela - E você tentará se libertar de seus pudores e recatos e fará o mesmo em mim". 

Ela continuou parada. Ele se aproximava cada vez mais, Já podia sentir o doce aroma do seu hálito, mas Arthur recuou. Ela não compreendeu, mas logo o viu baixar a luz do quarto.

"Vamos tornar tudo mais interessante Lua. Vamos brincar com os sentidos. O ato sexual tem tudo haver com exploração de sentidos".

Ele voltou-se para ela, mas antes se deteve em uma escrivaninha pegando algo de dentro. Quando já estava próximo o bastante, mostrou-se a venda preta que trazia na mão. Ela recuou dois passos.

"Não". - Ele disse simplesmente e ela voltou para o lugar.

Arthur prostrou-se em frente dela, com o semblante sério e carregado.

"Esta é sua chance de desistir cachinhos dourados. - ele disse com suavidade apesar da dureza em sua face - Se não quiser prosseguir, pare e recue agora. Mas adiante não a deixarei me deter, se persistir nas...aulas...Terá que seguir até o final disto. O que me diz".

A respiração dela era irregular e pesada.

Sempre imaginara Arthur como um amante quente e sensual, mas agora que estava diante dele, e conhecia a verdade, soube que ele era muito mais que isso.

"Continuo".

Foi tudo o que ela disse e ele simplesmente lhe sorriu antes de vendar-lhe os olhos.
Impossibilitada de enxergar qualquer coisa, Lua sentiu que seu coração disparara. Ficou imaginando como acabou presa naquela teia de sedução e perguntou-se o que sobraria dela no fim de tudo isto.

Sentiu Arthur recostá-la na escrivaninha de forma que ela ficou quase sentada. Usada um vestido preto, simples que lhe chegava no meio das coxas. Ele não lhe tocou, mas ela pôde sentir o nariz dele roçando a pele de seu pescoço, como um animal cheirando sua presa.

Ele deslizou os dedos em seus braços desnudos e acariciou-os de cima abaixo.
Sentiu que ela tremia. Encostou os lábios em seu ouvido.

"Te deixo com medo?"

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