domingo, 30 de outubro de 2011

O Professor ( Adaptada )

- Vai pagar para ver?

Ele disse ainda induzindo a dor no outro. Depois de alguns segundos ele o soltou.

- Três segundos para você sair. Um...

Pedro hesitou, mas apenas um segundo.
- Acho melhor você levar a sério o que eu estou dizendo. – O semblante de Arthur era sombrio. Assustador. Lua temeu pela integridade física de Pedro e pela cena que tudo aquilo poderia causar.

- Acha que eu vou obedecer ordens suas? Até onde eu sei, Lua não tem nada com você.

Pedro cometeu o erro de por a mão na cintura dela de novo.
O sangue de Arthur gelou e ele perdeu o resto de noção que tinha. Com um gesto rápido, pôs-se atrás de Pedro e tirou a mão dele da cintura da morena com violência, dobrando-a nas costas do próprio homem. Pedro grunhiu de dor, reprimindo a muito custo um grito.

- Arthur não... por favor. – Lua pediu quando viu o rosto do outro contorcer numa careta.

Mas Arthur não estava escutando.

- Eu vou recomeçar a contar e quando eu terminar é melhor que você esteja bem longe daqui. Longe de mim e longe dela, principalmente dela, você me entendeu?

Ele arqueou o braço e Pedro dobrou-se para a frente rangendo os dentes.
- Arthur...pare...pare já com isso.

Lua gaguejou. Queria se mostrar forte, mas estava tão assustada quanto Pedro.

- Não...Não machuque ele.

A voz dela saiu mais firme e controlada embora um leve tremor pudesse ser notado. Aquele pedido simples, de proteção a Pedro foi o suficiente para aflorar o instinto que ele ainda conseguia manter dentro de si. Em vez de atender o pedido dela, ele forçou mais o braço do outro.

- Você tem amor aos seus membros Pedrita? A todos eles?

Lua fez menção de se aproximar para tentar ajudar o outro, mas um olhar gélido de Arthur foi o suficiente para detê-la.
- Proteger seu amigo não vai ajudar Lua, pense bem, vai piorar a situação dele.
Ela se deteve onde estava.

- Ouça meu maior desejo agora é arrancar cada membro do seu maldito corpo, e eu o farei se você ficar mais dois segundos na minha frente, portanto eu vou contar e você vai sumir, do contrario, eu vou sumir com você. Entendeu?

Pedro gemeu e Lua fez uma careta.

Arthur machucou mais o braço dele.

- Entendeu?

- Por favor...Arthur – Lua pediu. – Deixe-o ir...por favor.
Ele a encarou. Por mais louco de ciúmes que estivesse não conseguia negar nada aquela mulher. Mesmo que ela estivesse pisando no seu ego com botas de ferro.

- Está vendo isso seu desgraçado? Você está? Salvo por uma mulher. Por que se não fosse por isso, provavelmente você estaria com esta cabeça enorme debaixo do meu sapato. Agora vamos lá. Tem três segundo para desaparecer. Um.

Arthur começou a recontar, mas antes de largar o braço de Pedro ele ainda o machucou mais uma vez.

- Dois.

- Você é um troglodita Aguiar. – ele disse afastando-se amedrontado.

Os olhos de Arthur caíram sobre Lua e eles digladiaram com um jogo de olhares que substituíam as palavras. Durou pouco, mas foi intenso. Lua quebrou o silencio.
- Você não tem o direito de...

- Tenho todos os direitos. – ele a cortou – Venha comigo.

Ele tentou pegara mão dela, mas ela puxou.
Ele estreitou os olhos. Normalmente era um cavalheiro, mas não estava em sua sã consciência.

- Você tem duas escolhas. Vem comigo por bem e sem chamar a atenção. Ou vem carregada no meu ombro dando um show e tanto.
Ela tremeu e ele começou a andar desafiador. Ela achou melhor segui-lo.

Arthur levou Lua até um banheiro nos fundos do salão e tratou de pendurar a placa de interditado no local. Puxou-a para dentro sem a menor delicadeza.

Iria arrepender-se de cada atitude machista e intimidadora que estava tendo agora, mas só depois. Agora não conseguia pensar. Tinha ido aquela festa na intenção de encontrar Lua e convencê-la a ouvi-lo, mas ao chegar lá e deparar-se com as mãos de Pedro em volta da cintura da sua mulher despertou o animal primitivo e machista dentro de si.

Ele trancou a porta do banheiro quase com violência e depois a olhou.

- O que está fazendo Arthur, por que me trouxe...
Arthur a interrompeu.

Simplesmente colou os lábios aos dela, fechando os braços em torno da cintura dela, com os braços presos entre os dele sem que ela pudesse reagir. Foi um beijo tenso. De dor e desespero, mas ela correspondeu como se estivesse alucinada.

Quando o beijo terminou Lua estava tonta, ofegante e furiosa.

- O que está fazendo? Acha mesmo que pode me arrastar até aqui deste jeito.

Mas ele estava tão furioso quanto ela.

- Sim. Não só acho como fiz.

- Seu...seu...você é um bruto. Um homem das cavernas Arthur Aguiar.
Ele sorriu, mas não havia diversão em seu sorriso.

Os olhos de Arthur soltavam faíscas de ódio. Ele sabia que estava sendo rude com ela e não era essa sua intenção inicial, mas agora que tinha começado não conseguia mais parar.

- Aproveite seu Neanderthal Lua.

Havia loucura e desejo em seus olhos quando ele a prensou contra a parede num gesto de puro domínio.

Ela tremeu quando ele prendeu suas mãos no alto da cabeça impedindo-a de se mover. 

Mas não tremeu de medo e sim de excitação. Lua ficava fora de si apenas com a mínima proximidade do moreno e ele estava muito, muito perto.
Ele queria falar, dizer que a amava e que estava louco de ciúmes, mas em vez de palavras o que saiu de si foi ação. Ele a beijou com uma determinação tão grande que a fez amolecer.

Mas Lua estava determinada a ditar ela mesma os passos de sua própria vida, por isso debateu-se contra ele quando o beijo foi ficando mais suave.

Era uma guerra de gênios ali, e Arthur não estava nem um pouco disposto a perder. 

Impôs toda sua força para paralisá-la, mas ele sabia que não poderia continuar acariciando-a enquanto ela debatesse como uma onça brava. Por isso soltou-a e se afastou.

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