domingo, 30 de outubro de 2011

O Professor ( Adaptada )

Ele pegou algo ao lado dela e voltou para perto de Lua.

Tinha flores, nas mãos. As mesmas flores que estavam no vaso ao lado da senhora minutos atrás.

Duas enfermeiras estavam entrando e paralisaram na porta, o movimento chamou a atenção de outras pessoas.

Arthur acabara de ajoelhar-se diante dela. Acabara de tomar suas mãos entre as dele.

Ela o encarou. Muda. Perplexa. Olhos estreitos bocam ligeiramente aberta. Um semblante de total confusão brincando em seu rosto.
- Lua... Deus, Você me ama! - ele disse tentando achar as palavras. - Vamos ter um filho, vamos nos casar - ela ia abrir a boca, mas ele encostou um dedo em seus lábios. - Vamos nos casar Lua, e vamos fazer isso por que é perfeito.

Ela franziu ainda mais o cenho. A paternidade definitivamente havia enlouquecido Arthur Aguiar.
- Eu também sofri o inferno pensando no fim deste acordo. Sofri o inferno imaginando que aquilo tudo que fazíamos... Que o amor que compartilhávamos... Que você iria para os braços daquele filho...Do Pedro outra vez. Não conseguia aceitar que haveria um fim para nós Lua e não chegaria a haver...se não fosse aquele telefonema.

- Arthur... - ela falou, mas foi à vez dele de negar atenção.

- Não!... É minha vez agora.

- Eu estava pronto... Estava pronto para pedir que fosse minha para sempre naquele dia, daquele maldito telefonema. E aquilo estragou tudo.

Ele apertou ainda mais as mãos dela nas dele.

- Vamos nos casar Lua, por que você esta esperando meu filho, por que você me ama, por que eu te amo e por que nada e nem ninguém neste mundo vai tirar você de mim. Você entendeu isso?
Ela arregalou os olhos ainda mais. Ele a amava.

Arthur tirou o anel do bolso, o mesmo anel que carregava a um mês.

- Eu ia lhe dar isto, naquele dia... mas não pude. Tenho o recibo se quiser ver - disse rapidamente em tom de proteção, mas sorriu ao vê-la boquiaberta apenas manear a cabeça negando que queria o recibo - Eu quero casar com você meu amor, por que não há outra mulher neste mundo que possa me fazer virar do avesso como você faz. Eu amo você de uma maneira que eu não sei explicar a dimensão. Eu amo tanto você que poderia explodir agora de tanta alegria em saber que será a mãe do meu filho. Aceite-me Lua. Aceite meu amor. Case comigo.
As lagrimas vieram, o coração batia tão forte que era possível ouvi-lo, ela achava que os outros também poderiam ouvir.

- Você me ama?

Ela perguntou como uma criança e ele sorriu.

- Como alguém em sã consciência poderia não amar você olhos lindos? Eu sou louco por você. Diga-me. Aceita ser minha para sempre.
Ele levantou o anel e sentiu-a tremer.

Lua sorriu, chorou e soluçou, tudo ao mesmo tempo. Estava guiando a mão para ele quando ouviu a mulher falar da cama no outro.

- Se ela não quiser meu filho... eu caso.

Ambos riram...

Ela o deixou colocar o anel em seu dedo e atirou-se nos braços dele, achando que não havia um lugar mais perfeito para estar que não fosse os braços do seu amor.

- Eu amo você

Ela sussurrou enquanto os médicos e enfermeiras batiam palmas empolgados com a cena... e antes que ele reclamasse seus lábios oficialmente.

Não demorou Muito até que Arthur arrastasse Lua para o altar. Estava mais ansioso que ela.
A cerimônia foi simples. Chay levou a irmã até Arthur e entregou-a nos braços do amigo. Foi também uma cerimônia reservada. Apenas familiares e amigos íntimos mesmo. Arthur não queria correr o risco de encontrar Pedro e acabar com sua festa.

Ela estava linda, num vestido que Arthur fez questão que fosse branco. Não simbolizava qualquer tipo de virgindade física, simbolizava uma virgindade emocional. Simbolizava o fato de ambos terem acabado de descobrir o verdadeiro amor. O amor materializado na forma de um lindo menino loiro de olhos cor de chocolate que gorgolejava feliz nos braços da tia, Mel.


O vestido era longo, justo no busto e solto nas pernas, a saia escondia o sapato e arrastava-se numa calda longa. Os cabelos presos num coque que deixava fios soltos, arranjado com uma tiara e um véu acompanhava a calda. Tinha grinalda também, Arthur quis tudo, à moda antiga.
O arranjo de lírios em sua mão dava-lhe num toque todo especial.

Pouco antes de Lua entrar na igreja, Arthur estava nervoso, andando de um lado para o outro, falando para si mesmo que ela desistira do casamento.

- Relaxe Arthur, é normal a noiva se atrasar.

- É normal ela se atrasar uma vida inteira?

Ele perguntou exageradamente.

- Ela está atrasada meia hora Arthur. Sabia que há noivas que atrasam duas horas?

Ele fez uma careta.
- Não vou aguentar.


Mais quinze minutos e estava ficando impossível segurar Arthur no lugar, quando ele estava ameaçando ir atrás dela a marcha nupcial começou a tocar, então ele a viu entrar e todo o resto foi esquecido.

A cerimônia foi emocionante, principalmente pela presença do pequeno Rafael Aguiar

Lua chorou durante quase todo o tempo, mas era um choro tão bonito que emocionou os outros.

O padre conduziu a cerimônia com ambos de mãos dadas o tempo inteiro. Eles fizeram os votos de casamento e o padre então os abençoou como marido e mulher.
Na hora do beijo, Arthur também estava emocionado, com os olhos rasos de lágrimas. Beijou-lhe as duas faces e depois a boca, numa caricia lenta e cheia de amor.
A recepção foi mais suntuosa, isto por que Chay insistiu. Arthur não ligou, não ficaria muito tempo lá mesmo. Assim que acertasse tudo com Mel, carregaria Lua para longe dali. No dia seguinte pegariam o pequeno Rafael e voariam para Madeira.

Eles poderiam ir a qualquer lugar, mas Lua escolheu a ilha conde ela acreditava ter concebido o pequeno.

A felicidade irradiava dos olhos de ambos, estavam completamente apaixonados e com certeza aquele seria um sentimento que duraria para sempre.

Juntos, já haviam feito planos para o resto das vidas. Planejavam ter mais filhos, compartilhar sonhos e o principal.

Amarem-se para o resto de suas vidas.
Eles partiram cedo, e não foi de se admirar. Afinal Arthur não escondia que estava mais que ansioso para ficar sozinho com a mais nova Aguiar da família.

A festa correu perfeita. 

Ás quatro da manhã, os últimos convidados já estavam partindo. Chay estava sentado num batente, recostado a uma parede. Parecia cansado, mas estava feliz, havia o brilho de missão cumprida em seus olhos.

Mel aproximou-se dele. Havia acabado de dar as ultimas instruções à babá de Rafael, que havia levado-o mais cedo para a casa, junto com a avó coruja Silvia que estava radiante.
Ela sentou-se ao lado dele.

- Cansado?

- Exausto

Ele respondeu.

- Foi uma linda festa não foi?

- Sim, foi. O melhor de tudo foi ver o brilho nos olhos da minha irmã, ela merece muito.

- Sim. - Mel concordou. - Não vi a Maria, ela não pôde vir?

Um traço de raiva brilhou nos olhos de Chay.

Nenhum comentário:

Postar um comentário