terça-feira, 25 de outubro de 2011

O Professor ( Adaptada )

Lua ficou parada quase dois minutos assistindo-o observá-la. Era delicioso ver a cobiça nos olhos dele. É obvio que ela não o desejava, aliás, a esta altura nem conseguia mais considerar a hipótese de transar com ele de novo, porém, era como uma doce vingança, vê-lo salivar por ela.

"Há algo que eu possa fazer por você Pedro?"

"Vai sair?"

Ele perguntou ainda hipnotizado.

"É evidente não?"

Ele fez uma careta estranha.

"Com o Arthur não é?"

Ela riu pelo nariz

"mais evidente ainda".

Ele deu um muxoxo

"Por que está tão arisca Lua? Você não é assim. É a pessoa mais doce que eu conheço".

"Não estou arisca Pedro, estou impaciente".

"Por que? Arthur não pode me ver aqui? Aposto como vocês brigariam se ele me visse aqui".

O sorriso vitorioso no rosto dele fez o sangue dela ferver.

"Arthur não é um homem inseguro Pedro, isto fica para moleques, ele certamente não estragaria um encontro comigo por causa de brigas idiotas, porém eu não garantiria que ele não brigasse com você afinal você está pedindo por isso não?"
"Por que acha que eu quero brigar com o playboy galinha?" - ele disse irônico.

"Por que você parece não ter nada melhor pra fazer em vez de me cercar. sua namorada sabe que você anda obsessivo Pedro?"

"Seu irmão sabe que você se veste como uma prostituta quando sai com ele?"

O próximo som não foi articulado por vozes e sim por gestos, um sonoro tapa no rosto de Pedro.

Lua pôs o dedo em riste no meio da cara de Pedro enquanto ele abanava o local atingido.

"Não volte a m e procurar Pedro, nunca mais. Você é doente".

"Só estou preocupado com você"

"Pois por mim pode enfiar sua preocupação...Onde melhor lhe couber. Me deixe em paz Pedro" - ela disse maneando a cabeça impaciente.

"Vou deixar Lua, vou deixar. Vai ser um prazer ver você acabada quando este Arthur achar diversão melhor e te der um pé na bunda. Isso não vai demorar muito e você sabe disso".

"Vai se ferrar Pedro".

Ela disse por fim antes de fechar a porta com um estrondo e se apoiar na parede trêmula se segurando para não chorar.

O ruim não era Pedro achar isso, o ruim era ela saber que era verdade, que tudo tinha um prazo para acabar.
Lua estava tão absorta em pensamentos que não ouviu a porta de sua casa abrir-se.

Se sobressaltou ao sentir a mão de Arthur em seu ombro.

"Lua..." - ele chamou preocupado

"O..Oi Arthur"

Arthur a segurou no queixo com carinho.

"O que houve? Esteve chorando? O que aconteceu?"

"Não foi nada Arthur...eu estou bem".

"Não, você não está. Quem te fez chorar?"

Ele estava vermelho e ela sabia que ele estava com raiva.

"Está tudo bem Arthur, acredite em mim".

Ele tomou o rosto dela entre as mãos.

"Não acredito minha querida, me perdoe, não a estou chamando de mentirosa, mas sei que alguém te fez chorar. Eu conheço você. Quem foi Lu?"

"Ah Arthur, deixe isso de lado, não vamos estragar nossa noite com bobagens".

Ela tentou se afastar mas ele a deteve pelo braço.

"Ninguém vai estragar nossa noite. Mas você vai me disser o que houve."
"Arthur de que adiantaria eu te contar o que houve?"

"Namorar implica em dividir os problemas com o outro meu anjo - ela abriu a boca para retrucar, mas ele a interrompeu - Não adiantar reclamar, já lhe disse que você é minha, não importa o que diga, esta é sua posição na minha vida neste momento. Agora ande, me diga o que te aflige".

"Bem...Prometa-me que não vai arranjar nenhuma briga por isso".

No mesmo instante Arthur se viu mais vermelho do que já estava.

"Pedro Cassiano" - ele sibilou com raiva.

"Arthur..."

"O que aquele porco te fez?"

"Se você não se acalmar, eu não vou contar".

"Estou calmo. Diga-me o que ele te fez".

"Pedro está obsessivo com a idéia de que você está me usando e quis hoje cedo em alertar para isso. Como não dei ouvidos ao que ele me disse, ele veio até aqui para falar de novo. discutimos por isso e ele...bem ele me disse umas coisas que não gostei e eu...lhe dei um tapa."

Arthur arregalou os olhos.

"Você estapeou o Pedro? O que ele te disse pra você perder o controle deste jeito?"

"Ele...Ele me chamou de prostituta".

"Ele o que? ele fez que?"

Nenhum comentário:

Postar um comentário