domingo, 30 de outubro de 2011

Entãão pessoinhas do meu coraçãão, a FIC acabou, eu não sei se eu vou escrever uma ou adaptar, ainda não sei .. Uma menina pediu minha ajuda para escrever na WEB dela, eu acho que vou ajudar a escrever e postar aqui, mas não é nada certo .. O Professor (Adaptada) acabou, mas com certeza vcs lerão mais WEB's aqui (:


Beijos amo muito vcs s2

O Professor ( Adaptada )

- Não estamos mais juntos.

Ele disse simplesmente e Mel precisou de muito esforço para conter um sorriso.

- AH...que pena. - ela disse querendo dizer exatamente o contrario - Sinto muito.

- Não sinta. Eu não sinto.

De repente ele virou-se para ela.

- Conhece Guto?

Mel estreitou os olhos

- O modelo? Conheço sim.
- Pois é. Maria... e ele... você sabe.

- Serio?

- Sim. - ele pareceu engolir um tijolo - Ela disse que...precisava de mais... ação e aventura na vida e que eu era... tradicional demais.

- Ah Chay me desculpa, mas eu sempre achei a Maria uma idiota.

Ele riu pelo nariz.

- Idiota ou não, ela acabou com meu ego. Não que eu morresse de amores por ela, mas não precisava esfregar na minha cara que eu era repetitivo na cama.

Havia magoa, muita magoa na voz dele.

- Repito que ela é uma idiota.

Ele riu de novo.
- Chay, tivemos um casinho, uns beijinhos e nada mais, eu sei que nem tenho base para comparar o que você e a Maria tiveram, mas duvido muito que você seja repetitivo.


- Não foi o que ela disse. Eu daria tudo para mostrar a Maria que ela está errada. Para esfregar na cara dela que eu posso ser tão bom quanto aquele modelinho de merda. Mas a verdade é que sempre fui reservado demais e até então tive apesar da idade a minha experiência é pouca.

Ela apertou a mão dele.

- Nunca é tarde para aprender Chay.

Ele riu tristemente.

- Ah Mel, que mulher se interessa por um cara que admite ser inexperiente? Só você houve sem espantos, mas você não vale, você é diferente, é especial.
Mel sentiu o coração bater mais forte.

- Quer mesmo se vingar da Maria, Chay?

Ele a encarou.

- Como quero...

ela riu de canto, uma risada maliciosa e cheia de promessas.

- Posso ajudar. Só preciso de dois meses... em dois meses você terá como mostrar a Maria Campello o que ela perdeu.
20 anos depois...

Lua estava sentada na cama organizando as fotos da formatura de seu filho. Rafael acabara de se formar em advocacia, para orgulho da mãe e desespero do pai.

A porta abriu-se devagar, tão devagar que ela nem percebeu, apenas sentiu as mãos fortes do marido em seu ombro.

- Boa noite

Ela apenas riu.

Ele não fez cerimônias como sempre, apenas curvou-se e a beijou longa e intensamente. Quando a soltou ela arfou.

- Uau. 

Foi tudo o que ela disse.

- Tenho uma surpresa para você.

Ele estendeu duas passagens para ela.

- Índia? - ela disse abismada. - Semana que vem?
Ele abriu o sorriso que ela tanto amava.

- Sim, se você puder é claro. Rafael e Manuella ficaram bem, afinal são adultos.

- Bem... posso conseguir uma dispensa, mas... Qual é a ocasião?

- Ocasião? Como assim?

- Ora amor, nós só viajamos nas férias ou em ocasiões especiais. Esqueci alguma data?

- Na verdade sim.

Ele aproximou-se.

- Hoje, faz 20 exatos anos que você entrou por aquela porta e me disse. Ensine-me a transar.

Ela o estapeou e ele riu.

- Não foi assim...

- Não, não foi. . - ele ficou serio de novo. - Mas foi assim que você entrou na minha vida. E eu quero comemorar.

- O que tem em mente? - ela disse insinuante

- Bem... Em primeiro lugar... Você precisa de uma folga.

- Posso tirar uns três dias...

- Hum hum - ele interrompeu - Esqueci disto.

Ele jogou-lhe mais seis passagens - Espanha, Bali, Paris, Madrid, Veneza e Atenas.

- O...que?

- Precisará de dois meses olhos lindos

- M-mas Arthur... eu...

- Eu tenho uma proposta... - ele disse olhando em seus olhos - Dois meses... me dê dois meses para que eu possa te ensinar a amar sem reservas... Você quer?

- Uau... Arthur... isto é....

- Há vinte anos você entrou na minha vida e eu te dei um prazo de dois meses para um acordo que acabou na coisa mais linda que temos. Quer tentar de novo?

Ela sorriu

Por que não? Não havia nada melhor que os braços do homem que amava.

Ela se aconchegou nos braços dele.

- Me deixa ser teu professor Lua, de novo?

Ela sorriu, um sorriso de promessas.

- Deixo.

Ele retribuiu o sorriso e beijou-a com fervor.

Quando se separaram o olhar dizia tudo.

Ela lhe deu um selinho antes de acrescentar.

- Com uma condição... No fim da viagem iremos à Madeira. Estou morrendo de vontade de ir ao cinema.

Ele gargalhou tomando-a nos braços. Lavaria-a a lua se ela quisesse... Ao infinito....
Daria a ela o mundo, assim com deu seu amor...


Fim

O Professor ( Adaptada )

Ele pegou algo ao lado dela e voltou para perto de Lua.

Tinha flores, nas mãos. As mesmas flores que estavam no vaso ao lado da senhora minutos atrás.

Duas enfermeiras estavam entrando e paralisaram na porta, o movimento chamou a atenção de outras pessoas.

Arthur acabara de ajoelhar-se diante dela. Acabara de tomar suas mãos entre as dele.

Ela o encarou. Muda. Perplexa. Olhos estreitos bocam ligeiramente aberta. Um semblante de total confusão brincando em seu rosto.
- Lua... Deus, Você me ama! - ele disse tentando achar as palavras. - Vamos ter um filho, vamos nos casar - ela ia abrir a boca, mas ele encostou um dedo em seus lábios. - Vamos nos casar Lua, e vamos fazer isso por que é perfeito.

Ela franziu ainda mais o cenho. A paternidade definitivamente havia enlouquecido Arthur Aguiar.
- Eu também sofri o inferno pensando no fim deste acordo. Sofri o inferno imaginando que aquilo tudo que fazíamos... Que o amor que compartilhávamos... Que você iria para os braços daquele filho...Do Pedro outra vez. Não conseguia aceitar que haveria um fim para nós Lua e não chegaria a haver...se não fosse aquele telefonema.

- Arthur... - ela falou, mas foi à vez dele de negar atenção.

- Não!... É minha vez agora.

- Eu estava pronto... Estava pronto para pedir que fosse minha para sempre naquele dia, daquele maldito telefonema. E aquilo estragou tudo.

Ele apertou ainda mais as mãos dela nas dele.

- Vamos nos casar Lua, por que você esta esperando meu filho, por que você me ama, por que eu te amo e por que nada e nem ninguém neste mundo vai tirar você de mim. Você entendeu isso?
Ela arregalou os olhos ainda mais. Ele a amava.

Arthur tirou o anel do bolso, o mesmo anel que carregava a um mês.

- Eu ia lhe dar isto, naquele dia... mas não pude. Tenho o recibo se quiser ver - disse rapidamente em tom de proteção, mas sorriu ao vê-la boquiaberta apenas manear a cabeça negando que queria o recibo - Eu quero casar com você meu amor, por que não há outra mulher neste mundo que possa me fazer virar do avesso como você faz. Eu amo você de uma maneira que eu não sei explicar a dimensão. Eu amo tanto você que poderia explodir agora de tanta alegria em saber que será a mãe do meu filho. Aceite-me Lua. Aceite meu amor. Case comigo.
As lagrimas vieram, o coração batia tão forte que era possível ouvi-lo, ela achava que os outros também poderiam ouvir.

- Você me ama?

Ela perguntou como uma criança e ele sorriu.

- Como alguém em sã consciência poderia não amar você olhos lindos? Eu sou louco por você. Diga-me. Aceita ser minha para sempre.
Ele levantou o anel e sentiu-a tremer.

Lua sorriu, chorou e soluçou, tudo ao mesmo tempo. Estava guiando a mão para ele quando ouviu a mulher falar da cama no outro.

- Se ela não quiser meu filho... eu caso.

Ambos riram...

Ela o deixou colocar o anel em seu dedo e atirou-se nos braços dele, achando que não havia um lugar mais perfeito para estar que não fosse os braços do seu amor.

- Eu amo você

Ela sussurrou enquanto os médicos e enfermeiras batiam palmas empolgados com a cena... e antes que ele reclamasse seus lábios oficialmente.

Não demorou Muito até que Arthur arrastasse Lua para o altar. Estava mais ansioso que ela.
A cerimônia foi simples. Chay levou a irmã até Arthur e entregou-a nos braços do amigo. Foi também uma cerimônia reservada. Apenas familiares e amigos íntimos mesmo. Arthur não queria correr o risco de encontrar Pedro e acabar com sua festa.

Ela estava linda, num vestido que Arthur fez questão que fosse branco. Não simbolizava qualquer tipo de virgindade física, simbolizava uma virgindade emocional. Simbolizava o fato de ambos terem acabado de descobrir o verdadeiro amor. O amor materializado na forma de um lindo menino loiro de olhos cor de chocolate que gorgolejava feliz nos braços da tia, Mel.


O vestido era longo, justo no busto e solto nas pernas, a saia escondia o sapato e arrastava-se numa calda longa. Os cabelos presos num coque que deixava fios soltos, arranjado com uma tiara e um véu acompanhava a calda. Tinha grinalda também, Arthur quis tudo, à moda antiga.
O arranjo de lírios em sua mão dava-lhe num toque todo especial.

Pouco antes de Lua entrar na igreja, Arthur estava nervoso, andando de um lado para o outro, falando para si mesmo que ela desistira do casamento.

- Relaxe Arthur, é normal a noiva se atrasar.

- É normal ela se atrasar uma vida inteira?

Ele perguntou exageradamente.

- Ela está atrasada meia hora Arthur. Sabia que há noivas que atrasam duas horas?

Ele fez uma careta.
- Não vou aguentar.


Mais quinze minutos e estava ficando impossível segurar Arthur no lugar, quando ele estava ameaçando ir atrás dela a marcha nupcial começou a tocar, então ele a viu entrar e todo o resto foi esquecido.

A cerimônia foi emocionante, principalmente pela presença do pequeno Rafael Aguiar

Lua chorou durante quase todo o tempo, mas era um choro tão bonito que emocionou os outros.

O padre conduziu a cerimônia com ambos de mãos dadas o tempo inteiro. Eles fizeram os votos de casamento e o padre então os abençoou como marido e mulher.
Na hora do beijo, Arthur também estava emocionado, com os olhos rasos de lágrimas. Beijou-lhe as duas faces e depois a boca, numa caricia lenta e cheia de amor.
A recepção foi mais suntuosa, isto por que Chay insistiu. Arthur não ligou, não ficaria muito tempo lá mesmo. Assim que acertasse tudo com Mel, carregaria Lua para longe dali. No dia seguinte pegariam o pequeno Rafael e voariam para Madeira.

Eles poderiam ir a qualquer lugar, mas Lua escolheu a ilha conde ela acreditava ter concebido o pequeno.

A felicidade irradiava dos olhos de ambos, estavam completamente apaixonados e com certeza aquele seria um sentimento que duraria para sempre.

Juntos, já haviam feito planos para o resto das vidas. Planejavam ter mais filhos, compartilhar sonhos e o principal.

Amarem-se para o resto de suas vidas.
Eles partiram cedo, e não foi de se admirar. Afinal Arthur não escondia que estava mais que ansioso para ficar sozinho com a mais nova Aguiar da família.

A festa correu perfeita. 

Ás quatro da manhã, os últimos convidados já estavam partindo. Chay estava sentado num batente, recostado a uma parede. Parecia cansado, mas estava feliz, havia o brilho de missão cumprida em seus olhos.

Mel aproximou-se dele. Havia acabado de dar as ultimas instruções à babá de Rafael, que havia levado-o mais cedo para a casa, junto com a avó coruja Silvia que estava radiante.
Ela sentou-se ao lado dele.

- Cansado?

- Exausto

Ele respondeu.

- Foi uma linda festa não foi?

- Sim, foi. O melhor de tudo foi ver o brilho nos olhos da minha irmã, ela merece muito.

- Sim. - Mel concordou. - Não vi a Maria, ela não pôde vir?

Um traço de raiva brilhou nos olhos de Chay.

O Professor ( Adaptada )

Ele ainda buscou as palavras, mais uma vez, mas não havia outro jeito de dizer.

- Lua... Você está grávida. - ele assistiu os olhos dela arregalarem-se assim como os seus devem ter arregalado quando Márcia lhe contou - Vamos ter um bebê - ele emendou.

- O que? Nós... Não.... Não é possível

- Ah não Lua, nem vem, é muito possível. - ele falou calmo, porém em tom de repreensão.

- Como isso foi acontecer - ela perguntou perdida e ele riu da pergunta.

- Tem certeza que não sabe?

- Estou falando sério Arthur. - ela disse assumindo o tom pratico de sempre.
- Eu também estou querida. Você sabe perfeitamente bem que há muitas possibilidades de ter acontecido. Vamos lá Lua, transamos como loucos nestes últimos meses, e muitas vezes esquecemos a proteção. Vamos ter um filho.

Ela fechou os olhos com força.

Iria ter um filho de Arthur.

Como os sentimentos podiam embaraçar-se tanto dentro dela.

Estava idiotamente feliz e amedrontada.

- Mas... isso... Isso...Muda tudo. - ela disse perdida.

Era à hora, a hora de contra atacar.

- Sim, muda. - ele pegou sua mão. Seria rápido e indolor.
- Lua - ele respirou fundo - Nós vamos nos casar.

Ela arregalou ainda mais os olhos e puxou a mão num impulso.

Casar? Casar? ela não podia acreditar.

Casar...

Um mês antes ela daria tudo o que tinha para ouvir aquilo... amava Arthur. Amava-o com loucura, mas casar por causa de um filho... Aquilo não estava certo. Era até imoral, era ofensivo. Os hormônios típicos da gravidez agitaram-se e ela protestou irritada.
- Você ficou louco?

O coração dele saltou. Ela não o queria mais? Era isso?

- Não podemos nos casar.

Aquilo o atingiu como um soco na face. O ciúme o corroeu, Pedro foi a primeira imagem que lhe veio a cabeça;

- E por que não? Você está grávida. - ele disse atrapalhado, tentando se apoiar em algo.
E dai? - ela retrucou irritada - Um filho não é motivo para casar. - Ela deixou a raiva dominá-la. - O que quer dizer com isso? Que ainda vive na era em que mães solteiras eram queimadas vivas? 

- Eu não disse isso, eu disse... Você não vai ser mãe solteira.

ele rebateu.

- Não é você quem decide isso.

Ela revidou.

Ele ficou nervoso.

- Você está esperando um filho meu Lua Blanco, tem que casar comigo.
- Não me diga! - Ela virou com sarcasmo - È mesmo? Onde está a lei que diz que eu sou obrigada a casar com você Arthur Aguiar?

- Não me venha com papo de advogado agora. Nosso filho merece uma família.

Era o suficiente. Então ela explodiu.

- E EU MEREÇO SER AMADA. Não vou casar por obrigação Arthur. Não vou casar por que você vive na idade da pedra.

Ele abriu a boca duas vezes tentando digerir aquilo tudo.

Então era isso...
Sim, como podia ter sido tão idiota e tão insensível.

- Estou cansada de tudo isso. Estou mesmo cansada desta merda toda!

Ele arregalou os olhos. Ela falara mesmo merda, bom aquilo era sinal de problemas, Lua não se descontrolava a toa, aquilo era sinal de encrenca mesmo.

Ele ficou perplexo. E excitado. Ou não seria Arthur Aguiar.

- Lua...
- Não! - ela o interrompeu. - Não me venha com Lua... Já chega disso. Estou passando o inferno nos últimos dois meses apenas por que cometi a insanidade de me apaixonar por você seu mauricinho arrogante. Já chega. Ok? Eu cometi um erro, sim, cometi. Eu descobri que você não tinha nada com aquela vaca da Rayana Carvalho e me senti uma idiota completa, mas isso não dá o direito de você pisar no que eu sinto. E se me senti tão magoada por achar que você estava dormindo com uma cadela qualquer era em função deste amor doentio que eu deixei crescer dentro de mim.

Ela falava rápido e ele ficava mais e mais pasmo com cada letra que saia da boca dela.

- Isso dói sabia Arthur? Dói muito. Sufoca... Você sabe o que eu passei imaginando que quando aquela proposta ridícula chegasse ao fim eu teria de dizer adeus? Você tem noção? - ela não o deixou responder. - Eu amo você, droga. Não vou me casar para ter sua piedade, isso não é justo comigo. 
- Lua... - ele tentou de novo, agora com o coração batendo na boca. - Ouça...

Ele tentou tocá-la mas ela se afastou.

- Não! Eu não vou ouvir. Não quero ouvir. Já basta não agüento mais isto. Não agüento...
A frase morreu. Na boca dele... que acabara de cobrir a dela, naquela maneira única de fazer Lua Blanco perder o rumo das palavras

Ela abandonou-se, perdida no gosto único dos lábios do homem que amava, embora fervesse d raiva, a necessidade que tinha dele era ainda maior.

Quando ele a sentiu mole e relaxada o suficiente para que não retrucasse. Largou a boca dela, mas manteve o rosto a centímetros do dela.

- Você me ama?

Perguntou, contrariando a vontade que tinha de dizer a ela de uma vez que era correspondida, precisava ouvir de novo.
Ela cerrou os olhos, irada pelo sorriso que desabrochara no canto da boca do ruivo, mas as palavras saltaram como se ela não tivesse controle próprio.

- Amo. Amo Arthur, mais do que deveria. Mesmo sabendo que é loucura. Eu amo você.

Ele sorriu ainda mais abertamente e a beijou de novo.

Depois largou-a afastando-se, andando em círculos, como um louco.

- Você me ama. Você me ama. 

Ele repetia andando.

Arthur parecia a ponto de surtar.

Então tão de repente quanto havia se afastado dela, ele andou até o outro lado da sala. Baixou-se para cochichar algo no ouvido de uma senhora deitada no outro leito.

O Professor ( Adaptada )

- Você nem mesmo parece um advogado! Talvez eu deva procurar alguém mais profissional! - A outra debochou.

A outra. Rayana. Devia ser ela. Tinha que ser ela.

- Vocês o quê?

- Encontramos! Nós a encontramos! A autora da ligação misteriosa! Eu sei onde você pode encontrá-la! - A voz de Lucas vinha animada pelo alto-falante do telefone e combinava com as batidas de coração de Arthur, que pulava com uma esperança empolgante.

- E o que está esperando, dê-me o endereço! - Arthur mandou, ansioso.

- Ouça - Lucas parou um instante para respirar - Nós a seguimos até certo ponto hoje, eu sei para onde ela foi, mas não posso tocar nela, não tenho uma acusação formal... Então, você terá que se virar...

- Certo. Certo - O outro rebateu com impaciência. Ele resolveria isso hoje, mesmo que tivesse que arrastar a tal mulher pelos cabelos até Lua e a obrigasse a contar a verdade para ela.

- Há um evento acontecendo, de um grupo de advocacia...

Arthur arregalou os olhos, sem ar, o coração deu uma guinada na batida, ele olhou rapidamente para a fachada do prédio, onde um banner balançava tristemente com a brisa noturna.

- O Grupo Maldonado?

- Sim, este mesmo!

- Você está de brincadeira...

- O quê?

- Eu estou saindo dele agora mesmo... - Ele mal podia acreditar.

- Então volte agora mesmo, meu irmão! A mulher refugiou-se nessa festa, eu garanto!

- Deus! Obrigado, Lucas, realmente obrigado - Arthur não conseguia conter o sorriso de satisfação.
- É para isto que serve a família, não é? - A risada do irmão soou fraca e metálica no telefone - Vá resolver sua vida, irmão. Eu tenho que ir, uma ocorrência grave, acabei de receber a informação...

- Certo! Obrigado - Ele repetiu, extasiado - Não o atrapalharei mais! Eu te mando notícias!

- Promete? - Mas a pergunta saiu irônica e Arthur nunca a respondeu, encerrou a ligação, guardou o aparelho no bolso e correu de volta para a festa.

Arthur voltou à entrada da festa, correndo e derrapou nas pedrinhas quando encontrou Lua bem no meio do caminho, pálida, com os lábios esbranquiçados, apoiada à sebe alta. Ela o viu e eles trocaram um olhar prolongado, ela parecia fraca, parecia pedir colo, ele se adiantou, estranhando encontrá-la assim, tão vulnerável, Lua parecia prestes a chorar, ela estendeu os braços para frente, na direção dele, tentou dar três passos, mas suas pernas fraquejaram, Arthur arregalou os olhos, abismado quando os olhos cor lindos de Lua reviraram e ela despencou em direção ao chão.

- Lua! - Num movimento rápido, ele a amparou nos braços antes que ela caísse de fato, estatelada na pedra - Lua ? Lu? Olhos lindos?

Mas, ela não respondeu, apenas continuou mole em seu abraço, com a cabeça pendendo pra trás e os braços balançando.

- Deus do Céu!

- O que está acontecendo?

Ele olhou para cima, Pedro estava parado bem perto de onde estavam, na companhia de uma mulher que Arthur nunca vira na vida, ela se afastou aos poucos, escondendo-se nas sombras, era realmente bem bonita, mas não lhe chamou muita atenção, tudo o que lhe importava agora era tirar Lua dali, levá-la ao médico mais próximo. Reuniu suas forças, não para trazê-la no colo, mas sim para afastar-se de Pedro sem desfigurar-lhe a cara.

- Estou falando com você, seu engomadinho! - Ouviu Pedro dizer às suas costas, seu corpo inteiro se retesou - O que aconteceu com Lua.

- Saia daqui, Pedro! - Arthur a deitou no chão cuidadosamente, rosnando baixo.
- Eu já levei essa mulher pra cama, sabia? - Pedro, munido de uma coragem irracional, bradou, se aproximando - Eu tenho direito de sa...

O resto da frase foi abafada pelo punho fechado de Arthu que tampou a boca escancarada de Pedro bem em cheio, o homem recuou e não foi capaz de segurar o próprio peso do corpo, desequilibrou e caiu sentado de costas na pedra, segurando a mandíbula deslocada e o nariz ensangüentado.

Arthur se ergueu, bufando pelo nariz, furioso, com Lua novamente em seus braços.

- Nunca mais toque na minha mulher, Pedrita! Nunca mais chegue perto dela, nem sequer fale com ela! Para o seu próprio bem, é melhor que você nem pense nela, porque se eu tiver conhecimento de que algum pensamento seu em relação a ela não for de meu agrado, um soco na cara vai ser a menor das suas preocupações - Com um impulso, puxou o corpo de Lua mais para cima em seu colo e deu às costas para Pedro e rumou para seu carro outra vez, rezando intimamente que Lua estivesse bem e ainda pudesse ser socorrida.

Ele estava andando de um lado para o outro no corredor da sala de espera, o que pareciam ser horas. Não conseguia simplesmente ficar sentado como um cachorrinho amestrado esperando para receber notícias.

Lua chegara pálida, a respiração anormal e sangrava.

Logo que viu a mancha de sangue no vestido ele ficou desesperado, achou que seu ataque de loucura no banheiro poderia ter resultado em algo grave para ela, mas logo que chegou ao hospital, fora tranqüilizado por sua amiga enfermeira, que lhe garantiu que aquilo não passava de mais um ciclo menstrual.

Sophia, a enfermeira, fora colega de escola de Arthur e tentou tranqüilizá-lo, mas só aquilo não fora suficiente para garantir sua paz de espírito enquanto aguardava.

Quando a médica finalmente apareceu, Arthur já estava uma pilha de nervos, quase fazendo um belo buraco no meio do corredor e deixando as outras pessoas na sala tão nervosas quanto ele.
- Senhor Arthur Aguiar?

Ela chamou com a face carrancuda de que não tinha muita paciência para acompanhantes nervosos.

- Sim, sou eu. onde ela está? como ela está? o que aconteceu com ela?

Arthur estava tão nervoso que tropeçou nas palavras quase intercalando-as.

A doutora Márcia arqueou uma sobrancelha. Estava mais do que acostumada aquelas cenas.

- Em primeiro lugar senhor, tente se acalmar. Assim poderemos conversar.

Arthur respirou fundo, tentando conter em vão a vontade que tinha de sacolejar aquela mulher até que ela lhe dissesse sem rodeios o que Lua tinha. Por isso fechou os punhos uma tentativa desesperada por controle.

- Desculpe.

Ele disse quase num sussurro.

- A senhorita Blanco está ótima. O desmaio nada mais é que conseqüência do estresse ao qual ela vem sendo submetida.

Ele suspirou.

- Sim, compreendo. Ela realmente passou por muito estresse no ultimo mês e ainda mais hoje.

- Sim, portanto, não há com o que se preocupar. A recuperação incluirá apenas repouso, tranqüilidade e boa alimentação. Evite aborrecimentos a ela o Maximo que puder, pelo menos pelos próximos dois meses. Em breve ela estará nova em folha e pronta para outra. 

Ele sorriu tristemente. Havia deixado Rayana Carvalho escapar, pois não tivera tempo de encontrá-la na festa. Será que Lua deixaria que ele cuidasse dela? especialmente depois daquela cena no banheiro?

- Farei o que puder doutora.

- Perfeito senhor Aguiar. Sua namorada receberá alta em meia hora.

Acenando com a cabeça, a doutora se despediu e fez menção de sair, mas antes que ela fosse, Arthur lembrou-se de algo.

- Doutora espere.

Ele aproximou-se da mulher, meio receoso em não parecer tão paranóico, mas algo dentro de si lhe pedia que falasse diretamente com a médica, apesar de Sophia ter-lhe tranqüilizado em relação a Lua. Mas ele só ficaria em paz se ouvisse da doutora Márcia que ela estava bem.

Márcia olhou-o com cara de poucos amigos.

- Sim senhor Aguiar?
- doutora, eu sei que a enfermeira Sophia já me falou que está tudo certo, mas...Estou preocupado com o sangramento que vi...

Doutora Márcia estreitou os olhos.

- É o ciclo menstrual dela senhor Aguiar. Por que está tão preocupado? Há algo que eu deva saber? A senhorita Blanco sofreu algum tipo de... - ela pareceu buscar palavras - abuso?

Arthur sentiu as palavras amargarem na boca ao lembrar de como ele a obrigou a fazer amor no banheiro...

- Na verdade.... 

Ele parou. O que diria? Que a havia estuprado? Mas não era verdade, afinal apesar de ter sido grosseiro e rude, e até, mesmo egoísta, ela adorou cada segundo e ele ainda podia ouvir a voz rouca e excitada dela ecoando em seus ouvidos.

"Arthur...Por favor...." 

Resolveu mascarar os acontecimentos.

- Na Verdade nós...Nós...tivemos...

- Sexo? - a mulher completou impaciente. Ele corou. Raramente corava.

- Sim, mas...Nós...excedemos...alguns limites...foi meio...

Ele gaguejava e aquilo definitivamente irritava Márcia.

- Selvagem? - a Mulher completou mais uma vez.

Impossibilitado de falar, ele apenas assentiu.

- Houve algum tipo de violencia? São adeptos do Sadomasoquismo?

Arthur arregalou os olhos perplexo com a naturalidade com a qual ela fez a pergunta.

- Não! Claro que não. Nós apenas...Apenas foi mais intenso...e mais demorado que o normal, só isso.

Mulher arqueou a sobrancelha e depois esboçou um sorriso que não expressava nada.

- Certo, certo, compreendo. Não há com o que se preocupar senhor Arthur, sexo é natural e saudável. Eu sei que as maioria dos pais de primeira viagem ficam assim, paranóicos com o fato de acharem que a criança sente algo durante o ato sexual, mas isso é mito, então não se preocupe. O sangramento é devido a menstruação dela, nenhuma... brincadeira mais empolgada faria aquilo. Sua mulher e seu filho estão ótimos.

Foi um choque.

Uma descarga de mil volts que o deixou palido, paralisado, sem respiração.

- C-Como é?
Foi tudo o que ele conseguiu balbuciar, a voz era quase uma respiração. O coração dele bata tão forte, tão forte que ele achava que iria sair. 

- F-Filho?

- Você não sabia?

A mulher perguntou surpresa e preocupada com a palidez de Arthur.

Mas ele ainda estava digerindo as primeiras informações.

- F-filho? Você disse filho? Lua...eu vou ter um filho?

Ele encarava a mulher como se visse um et.

- Ah! Sim, compreendo. Você não sabia. Então sua namorada também não deve saber. - ela falou como se falasse consigo própria. - Ela ainda está dormindo. 

Arthur parecia fora de órbita. Lua esperava um filho. E claro que era dele, obvio que era não havia qualquer duvida sobre isso. Ela esperava um filho dele.

- Ela esta mesmo esperando um filho?

Márcia rolou os olhos.

- Sim senhor Aguiar, ela está grávida de seis semanas.

Um filho. Um filho para coroar todo aquele sentimento lindo que descobrira ter por ela. 

- Mas...ela...o sangramento...

- Sim, sim. Algumas mulheres menstruam normalmente nos primeiros meses de gravidez e por isso, muitas vezes demoram a descobrir a condição de gestantes. Isto deve ter ocorrido com vocês.

Arthur ainda estava paralisado. Emocionado e horrorizado. 

Lua estava grávida e horas antes ele havia feito amor com ela com uma brutalidade sem tamanho. E se tivesse feito mal ao seu filho? A constatação caiu como uma pedra em seu estomago.

- Tem certeza que eles estão bem? Certeza absoluta? Os dois.

A mulher rolou os olhos mais uma vez.
- Sim senhor Aguiar, estão perfeitos. Precisam apenas de paz e tranquilidade. 

- Certo. - ele disse ainda aéreo.

- Quer dar a noticia a ela? - perguntou a mulher.

- Quem? eu?

Márcia bufou. Anos de universidade para chegar ali e agora ela era obrigada a alfabetizar um pai de primeira viagem.

- Não senhor, o coelhinho da páscoa. Colabore senhor Aguiar, eu sei que deve ter sido um choque, mais eu tenho mais 6 pais histéricos para atender hoje.

- Mas o que eu digo pra ela?

A mulher irritou-se.
- Que tal algo como, oi amor, você está grávida?

Ela disse sarcástica.

- Pense em algo, ou se preferir eu mesma digo.

Só de imaginar aquela mulher sisuda entrando no quarto e dizendo "Oi, você está grávida, tchau ... Não, não era assim que ela merecia saber.

- Eu conto...eu conto... - ele disse nervoso.

- Ótimo. Passe bem senhor Aguiar.

E sem lhe dar chance de perguntar mais nada, ela saiu.

Ela o encarou... Era como se as palavras tivessem sumido no ar. Os olhos diziam tudo... as lágrimas que brotaram nos olhos dela sem cair, diziam o quanto ela precisava dele naquele momento.
Ele se aproximou dela devagar. Sentou ao lado da cama e pegou sua mão,

- Está melhor? - perguntou num tom de voz que contrastava em absoluto com o tom que usara horas antes.

- Sim... Foi só um mal estar passageiro... - ela disse tentando decidir como diria a ele que era uma idiota. - Arthur... Precisamos conversar.

- Sim, precisamos. - ele disse sabendo que aquela era a hora certa. Não haveria outra. - Quer falar primeiro?

Ela mordeu o lábio, do jeito que deixava ele maluco.

- Não.. fala você - ela disse tentando livrar-se mesmo que momentaneamente da confissão que teria que fazer.
- Ok, então. Lua... Você passou mal... - ele falou com aquele tom de professor que a deixava doida. Ela mordeu o lábio de novo.

- Foi apenas um mal estar passageiro...

- Não, não foi.

Ele a viu arregalar os olhos preocupada.

- Também não é nada sério. Quer dizer é serio, mas não é ruim.

- Estou doente? A doutora Márcia te disse algo?

- Não. - ele apertou a mão dela - Você não está doente querida.